Data: 20 de março
Palestrante: Dr. Marc Schenker (Center for Occupational & Environmental Health, Migration and Health Research – Medicine College University of California at Davis/US)
Tema: Where the hazardous jobs are: migrant workers in the 21st century
De acordo com o Dr. Marc, a migração tem sido e continuará sendo um fenômeno natural para garantir a vida. Estima-se que 1/7 da população mundial seja formada por imigrantes e, provavelmente, as principais causas de migração só aumentarão nos próximos anos:
1 – Mudanças climáticas: por exemplo, tsunamis e terremotos, em lugares como Japão, Indonésia, Haiti e Blangadesh;
2 – Questões políticas: estima-se que existam 50 milhões de refugiados no mundo, em especial, provenientes do Oriente Médio e da áfrica;
3 – Disparidades econômicas e demográficas – pessoas desejando mudar para melhorar a qualidade de vida.
Marc ressaltou também que, no mundo, 214 milhões de pessoas vivem em um país diferente daquele onde nasceram. Ainda, existem 750 milhões de pessoas em situação transnacional ou sendo imigrantes internos nos países de nascimento.
No entanto, do ponto de vista econômico, a imigração também pode trazer resultados positivos. Por exemplo, o PIB de 38 países aumentou em até 10% por conta das remessas financeiras feitas pelos imigrantes. Estima-se que o total movimentado por imigrantes de todo o mundo chegue a 300 bilhões de dólares.
Dr. Schenker, entretanto, mostrou que os imigrantes representam um grupo vulnerável. Estudos tem mostrado uma desproporção entre a presença de imigrantes e as taxas de incidentes, além de condições precárias de trabalho.
Nos EUA, apenas 20% dos trabalhadores imigrantes tem um seguro de saúde. Entre os trabalhadores imigrantes da agricultura Americana, 29% tiveram que mudar sua ocupação devido a sequelas de acidentes do trabalho. Enquanto hispânicos representam 16% da força de trabalho do setor de construção, respondem por 23,5% das fatalidades. Trabalhadores domésticos, em muitos países, têm denunciado condições precárias e trabalho. Entre imigrantes, a mortalidade por sobrecarga térmica é 23 vezes maior do que entre cidadãos norte-americanos.
Incapacidade para o trabalho, entre imigrantes, é maior devido aos seguintes fatores:
1 – Trabalho e tarefas mais perigosas;
2 – Barreiras de idioma;
3 – Imigrantes recém-chegados ao destino;
4 – Falta de treinamento ou equipamento adequado;
5 – Trabalho precário.
E pontua casos com o ocorrido na Albania, onde uma pessoa foi presa e condenada por vender 800 certificados falsos de treinamento para remoção de asbestos para imigrantes – o que denota a falta de controles para o trabalhador imigrante.
O palestrante concluiu a palestra destacando que, no cenário atual, é preciso quebrar o paradigma e mudar de uma abordagem tradicional de exclusão do imigrante para uma abordagem multi-dimensional de inclusão.