Data: 19 de março
Palestrante: Maria Neira
Tema: Delivery of Occupational Health to All worker
Em sua palestra, Maria Neira apontou que os riscos ocupacionais estão entre os principais causadores de doenças. Entre os 19 principais fatores de risco, os riscos ocupacionais ocupam a 13º posição. O trabalho é também é mais associado com bem-estar e saúde geral do que com questões psicológicas. Desemprego, por exemplo, é associado com pressão alta, diabetes, doenças no coração e depressão.
Neira ressalta que o custo anual gerado por doenças ocupacionais chega aos 52 bilhões de dólares. Apenas a China investe 37 bilhões de dólares. Portanto, prezar por uma boa saúde ocupacional pode ser um investimento – diminuindo o custo com tratamentos, aumentando a produtividade e potencializando o bem-estar.
E sobre o compromisso político?
Na 60th World Health Assembly, foi firmada a resolução 60.26: “Worker’s health – global plan of action“. Na 16th Seot 2011, a Assembléia Geral das Nações Unidas corroborou com a resolução sobre doenças não contagiosas, requisitando que instituições provadas trabalhem juntas para promover a saúde entre os trabalhadores – com boas práticas corporativas, bem-estar no ambiente de trabalho e planos de saúde. Em outubro do ano passado, foi realizado no Rio de Janeiro um grande encontro sobre Social Determinants of Health, para fortalecer a saúde e segurança do trabalho e promover melhores condições laborais.
Mesmo com os acordos politicos e o esforço de profissionais para promover a saúde e a segurança do trabalho, fica a pergunta: nós temos capacidade de oferecer serviços relacionados à saúde ocupacional? Apenas 15% da população mundial têm acesso a tais serviços e 70% têm acesso a serviços de saúde em geral.
A Saúde Ocupacional dever ser apresentada em três níveis de prevenção:
– Primário (proteção, controles e educação)
– Secundário (vigilância médica, triagem e reconhecimento de doenças)
– Terciário (tratamento e reabilitação)
Para alcançar a situação ideal e oferecer serviços básicos de saúde ocupacional para todos – e levando em consideração que são necessários um médico e dois enfermeiros para um universo de 5 mil trabalhadores – teríamos que contar com 600.000 médicos do trabalho e 1,2 milhão de enfermeiros, o que é, neste momento, impossível.
O próximo desafio é debater SST no Rio+20. São temas: cobertura de saúde universal; saúde e economia verde e saúde como um resultado de todas as políticas, além de realçar que trabalhos “verdes” precisam ser saudáveis, seguros e decentes.
Conclusão final da Dra. Maria Neira: ambientes de trabalho e comunidades saudáveis são mais sustentáveis.