Conselhos de Medicina reafirmam posição sobre abertura de novas escolas médicas

Conselhos de Medicina reafirmam posição sobre abertura de novas escolas médicas

Segundo os conselhos de medicina, a abertura de vagas e de cursos de medicina e a possível atuação de médicos estrangeiros sem revalidação de diplomas no país são falácias que tentam desviar a sociedade das medidas que, efetivamente, podem colaborar para o fim da desigualdade na assistência em saúde. Para as entidades, o problema não está no número de médicos, mas em sua má distribuição.

Veja a nota divulgada pelos Conselhos de Medicina ontem (07) na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO à SOCIEDADE

Posição dos Conselhos de Medicina sobre a abertura de novas escolas médicas

Sobre a intenção do Governo de ampliar o número de vagas e de cursos para formação de médicos no país, os representantes dos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) – reunidos em Brasília – reiteram sua posição contrária à proposta e ressaltam o equivoco da solução anunciada.

A abertura de vagas e de cursos de medicina e a possível atuação de médicos estrangeiros sem revalidação de diplomas no país são falácias que tentam desviar a sociedade das medidas que, efetivamente, podem colaborar para o fim da desigualdade na assistência em saúde.

O Brasil conta com 372 mil médicos e 185 escolas de medicina em atividade. Entre 188 nações, apenas China, EUA, índia e Rússia nos superam em números absolutos destes profissionais. De 1970 até 2011, o aumento do número de médicos foi de 530%; enquanto a população cresceu 104%.

No país, o problema não está no número de médicos, mas em sua má distribuição, o que dificulta o acesso ao atendimento e gera vazios assistenciais, inclusive nas periferias dos centros urbanos.

Para combater esse dilema, espera-se a implementação de políticas públicas – como a carreira de estado para o médico – que estimulem a fixação dos profissionais nessas regiões, oferecendo-lhes condições de trabalho, apoio de equipe multiprofissional, acesso à educação continuada, perspectiva de progressão funcional e remuneração adequada à responsabilidade e à dedicação exigidas.

Sem essas medidas, o Brasil não terá as respostas que precisa e, pior, corre-se o sério risco de comprometer a qualidade do exercício da medicina no país, com a formação de médicos em escolas comprovadamente sem condições de funcionamento, conforme relatório do próprio Ministério da Educação.

Os Conselhos de Medicina estão dispostos a colaborar com este debate e esperam que as autoridades assumam sua responsabilidade, evitando iniciativas de caráter populista e adotando caminhos que tragam ganhos efetivos para a sociedade.

Por |2012-03-08T11:18:24-03:008 de março de 2012|Notícias|