Trabalhadores de turnos noturnos ou com jornadas irregulares correm um risco maior de desenvolver a diabetes tipo 2, de acordo com estudo realizado pela Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa, liderada pelo professor Frank Hu, foi realizada com 177 mil mulheres americanas divididas em dois grupos: as que trabalhavam diurnamente e as que cumpriam jornadas noturnas. As que trabalhavam à noite tinham um risco 5% maior de desenvolver a doença, e o percentual aumentava para 60% quando a profissional trabalhava há décadas neste turno.
O estudo aponta que o risco de adquirir a diabetes tipo 2 se eleva quando a pessoa não dorme quando sente necessidade ou por tempo suficiente. O principal fator é o horário irregular no trabalho noturno – como dias alternados, por exemplo.
Assim, o metabolismo é prejudicado e a capacidade de uso da insulina e do processamento do sangue são alterados. O aumento do peso, um dos fatores de risco do diabetes, também é facilitado – já que as calorias ingeridas à noite são armazenadas como gordura e têm uma difícil digestão.
15 milhões em risco
Estudos anteriores já apontavam que quem trabalha à noite corre um risco maior de desenvolver obesidade, depressão e doenças cardíacas. O grupo de risco no Brasil é composto por 15 milhões de trabalhadores, segundo estimativa do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo, baseada em dados do Ministério do Trabalho.
O diabetes é causado por uma deficiência do organismo, que não consegue produzir insulina (hormônio que regula o nível de açúcar no sangue). O tipo 2 se desenvolve na vida adulta, principalmente em decorrência da má alimentação e do excesso de peso. Nesse caso, a pessoa que faz um planejamento alimentar e exercícios físicos pode não precisar do uso de insulina ou outras medicações. A diabetes é uma doença grave, que pode causar cegueira e até a morte.
Fonte: Revista época