Operários que trabalham nas obras do Maracanã fazem novo protesto

Operários que trabalham nas obras do Maracanã fazem novo protesto

Data: 14/09/2011

Funcionários que trabalham na reforma do Estádio do Maracanã fizeram na manhã do dia 13 de setembro mais um protesto por melhores condições de trabalho. Carregando faixas e cartazes, eles caminharam pelo entorno do estádio e prejudicaram o trânsito nas imediações. Os trabalhadores estão paralisados há 13 dias.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro, Nilson Duarte, o grupo reivindica, desta vez, assistência médica para o turno da madrugada e alimentação em condições adequadas.

– A reivindicação dos trabalhadores é simplesmente por melhores condições. Não dá para receber comida estragada e na semana passada isso aconteceu por três dias – disse.

Além disso, os operários reclamam que o Consórcio Maracanã Rio 2014, responsável pelas obras e formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta, não cumpriu o que ficou acordado na negociação após a primeira paralisação, realizada em agosto e que durou cinco dias. Segundo o presidente do sindicato, o consórcio não aumentou o valor cesta básica nem ofereceu plano de saúde aos funcionários.

Em nota, o Consórcio Maracanã Rio 2014 minimizou o protesto, informando que “o número de operários que participaram corresponde a menos de 10% dos trabalhadores que atuam na reforma do estádio”. Ao todo, 2,3 mil funcionários trabalham nas obras.

O comunicado também destaca que as negociações estão mantidas e que estão sendo cumpridos todos os itens acordados no dia 21 de agosto com o sindicato. Os principais são: o aumento do valor da cesta básica de R$ 110 para R$ 160, a partir de 1º de setembro, que será pago junto com salário de setembro; plano de saúde individual para os trabalhadores (titulares), a partir da mesma data; e abono dos dias parados, sem desconto nos benefícios dos trabalhadores.

Sobre a qualidade da alimentação, “o consórcio destaca que nenhuma irregularidade foi encontrada com a comida ou sua manipulação” durante inspeção feita de surpresa por técnicos da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. A respeito das queixas quanto à segurança do trabalho, o consórcio informa que, desde o início das obras, em agosto de 2010, foram feitas nove fiscalizações pela Secretaria Regional de Trabalho e Emprego, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, sem que nenhuma irregularidade fosse constatada.

A nota ressalta, ainda, que existe um Plano de Segurança do Trabalho e uma equipe médica de plantão para atendimento aos trabalhadores.

Há cerca de duas semanas, o consórcio decidiu mover uma ação na Justiça do Trabalho, questionando a legalidade da paralisação. No dia 12 de setembro, o sindicato entregou sua defesa ao Tribunal Regional do Trabalho e, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho, a expectativa é que o órgão emita um parecer até o fim desta semana. Em seguida, a Justiça deverá marcar a audiência para julgar o caso. O Consórcio Maracanã Rio 2014 já havia apresentado sua defesa ao dar entrada na ação.

A Empresa de Obras Públicas (Emop) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a paralisação dos trabalhadores prejudica o andamento das obras, mas não compromete o cronograma dos trabalhos, já que a programação prevê uma “margem de fôlego” para imprevistos. Pelo acordo firmado com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), a reforma do Maracanã deve ser concluída em dezembro de 2012. A arena receberá a final da Copa das Confederações, no ano seguinte.

Fonte: Agência Brasil

Por |2011-09-14T11:55:30-03:0014 de setembro de 2011|Notícias|