Data: 18/08/2011
A Zara, marca conhecida e adorada pela maioria das mulheres, pertencente ao grupo espanhol Inditex, é acusada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por utilizar mão de obra escrava na fabricação de suas peças. As investigações constataram duas oficinas de costura na periferia de São Paulo, nas quais 16 bolivianos adultos e cinco crianças eram sujeitos a trabalhar diariamente durante cerca de 15 horas e recebiam R$ 2 reais por peça fabricada. O ambiente era pequeno, sujo, sem ventilação e desprovido das mínimas condições de trabalho.
As oficinas eram terceirizadas pela empresa AHA, mas a multinacional foi responsabilizada pelas irregularidades. “Essa empresa terceirizada não existiria no mundo econômico sem a Zara”, concluiu Luis Alexandre de Faria, auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo. As ordens para produção vinham diretamente da matriz, na Espanha.
A rede espanhola foi multada em R$ 1 milhão e recebeu 48 autos de infração. A empresa corre o risco de ir para a “lista suja” do Ministério do Trabalho e ter financiamentos bloqueados, entre outras penalidades. A denúncia ainda será julgada.
As diligências foram feitas em duas das 33 oficinas de costura da empresa. Os fiscais encontraram, na oficina de Americana (SP), peças de outras marcas também que, segundo a procuradora do Trabalho, Fabíola Zani, terão que prestar esclarecimentos.
Resposta da Zara
Em nota, a Zara afirmou que “tal fato representa uma grave infração de acordo com o Código de Conduta para Fabricantes e Oficinas Externas da Inditex, assumido por este fabricante contratualmente”. Ela diz que vai cobrar do fornecedor responsável que regularize a situação o quanto antes, e se apresenta como parceira do MTE para melhorar a fiscalização do sistema de produção tanto deste quanto dos outros 50 fornecedores fixos.
Fonte: Portal SRZD