Operadores de telemarketing de Minas Gerais denunciam más condições de trabalho

Operadores de telemarketing de Minas Gerais denunciam más condições de trabalho

Data: 13/07/2011

A correta aplicação do Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), a atualização da tabela do Nexo para reconhecer as doenças psíquicas como doenças ocupacionais e a implantação do piso estadual regional em Minas são as principais reivindicações dos operadores de telemarketing. O assunto foi tratado em audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (13/7/11).

A reunião foi solicitada pelo deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) para lembrar o Dia do Operador de Telemarketing, comemorado no dia 4 de julho. O teleatendimento é um dos setores que mais empregam no Brasil, com mais de 1,2 milhão de trabalhadores, e também está entre os que apresentam as piores condições de trabalho.

O parlamentar manifestou sua preocupação com o adoecimento desses profissionais e lembrou que, em audiência realizada em abril, na Assembleia, para debater a saúde do trabalhador, os relatos dos problemas vividos no setor de teleatendimento eram os mais contundentes.

O diretor da Secretaria-Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado (Sinttel-MG), Tiago Santana Cassiano, afirmou que já houve alguns avanços, como o anexo II da NR 17, que é uma norma para auxiliar a atuação dos auditores fiscais do trabalho e dos profissionais envolvidos com a segurança e a saúde do trabalhador. No entanto, há outros pontos que precisam avançar, como a aplicação do NTEP, o pagamento de pelo menos um salário mínimo para a categoria, a luta contra os assédios moral e sexual e a adoção do piso regional.

Ele ainda denunciou que todos na empresa sabem o dia da medição da Anatel para aferir a qualidade do atendimento e, nesses dias, são suspensas as pausas para banheiro, que são de 5 minutos por dia, e de lanche ou almoço, de 15 minutos.

Fiscalização – Em Minas Gerais, só no setor de teleatendimento e cobrança, há cerca de 48 mil trabalhadores, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apresentados pelo auditor fiscal e coordenador de Projetos da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Francisco Reis. Incluindo as empresas que não têm o teleatendimento como atividade fim, seriam em torno de 100 mil operadores.

Ele relatou que os problemas envolvendo essa categoria são diferentes nas grandes empresas de telemarketing e naquelas em que o teleatendimento é uma atividade secundária, como em pizzarias, por exemplo.

No primeiro grupo, os trabalhadores sofrem com a pressão da empresa por metas e dos clientes. No caso de outras empresas, os operadores sofrem com péssimas condições de trabalho e jornada de 8 horas diárias em instalações precárias.

O deputado Celinho do Sinttrocel requereu ao INSS informações sobre o número de afastados por doença e especificação dessas doenças dos trabalhadores de empresas de teleatendimento e telefonistas nos últimos dois anos, a contar de junho deste ano.

*Com informações da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais

Por |2011-07-15T13:27:50-03:0015 de julho de 2011|Notícias|