Profissionais desenvolvem cada vez mais o estresse ocupacional

Profissionais desenvolvem cada vez mais o estresse ocupacional

Data: 20/03/2011

Este tipo de estresse se mostra quando a pessoa é exposta a uma carga de trabalho alta e tensão excessiva

A pressão por resultados e melhora do desempenho está aumentando de forma significativa a cada dia devido a um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. O resultado disso são rotinas turbulentas e colaboradores estressados, podendo afetar diretamente a qualidade de vida e saúde do profissional.

A depressão, por exemplo, é uma das doenças que pode atingir o empregado. Alguns de seus primeiros sintomas são irritabilidade, insônia, dores sem causa clínica definida, cansaço excessivo, baixa produtividade e dificuldade para tomar decisões. As atribuições do cargo também devem ser consideradas fator de risco para a doença, que se não tratada, pode ser motivo de afastamento, aumentando o absenteísmo nas empresas ou até mesmo a demissão, já que a baixa produtividade e o desinteresse pela rotina podem afetar a avaliação da empresa sobre o colaborador.

Além do absenteísmo, há o presenteísmo, que segundo especialistas é bem pior, pois o funcionário trabalha com a doença e com os sintomas, que acabam atrapalhando o seu rendimento no trabalho, perdendo a produtividade e a qualidade.

De acordo com Nadir Isabel Coelho de Freitas, da NIC Recursos Humanos, infelizmente, esta é uma realidade dos tempos modernos. “Além do acúmulo de tarefas e da busca do superior pela perfeição do trabalho, temos como agravante o medo de perder o emprego, as dificuldades financeiras e a desarmonia familiar, que acabam gerando um estresse ainda maior”, completa.

Capacidade
No entanto, para o médico psiquiatra e médico do trabalho, Duílio Antero de Camargo, o estresse e o desânimo, no sentido mais popular, são termos muito vagos que as pessoas utilizam de maneira aleatória, já que se referem também a muitas outras coisas. “Os médicos, por exemplo, as usam muito pouco. O termo mais comum é o estresse ocupacional”, completa ele, que também que é membro da Associação Nacional de Medicina do Trabalho e trabalha no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o especialista, o estresse ocupacional é quando a pessoa é exposta a uma carga de trabalho alta e a uma tensão excessiva de cumprir metas de produtividade acima de sua capacidade.

Ele possui três fases: na primeira, a pessoa se depara com uma situação de estresse, mas logo passa; na segunda, ela apresenta alguns distúrbios emocionais e físicos, iniciando um caso mais grave da doença; já na terceira, a pessoa começa a ter sintomas mais específicos e fortes como insônia, cefaléia, gastrites e distúrbios osteomusculares, dentre outros: “Entretanto, é preciso avaliar se esses sintomas são referentes ao trabalho ou não por meio da avaliação nexo causal, método usado pelos médicos.”

Tempos modernos geram doenças
Além do estresse ocupacional, há outras doenças relacionadas ao trabalho, como ansiedade, depressão e a síndrome ´burnout´ – síndrome do esgotamento ocupacional. Essas doenças, que causam incapacidade para o trabalho, estão entre as primeiras da lista da Previdência Social, que englobam os transtornos mentais, segundo o médico psiquiatra e médico do trabalho, Duílio Antero de Camargo, dividindo o ranking com as doenças de acidentes do trabalho e problemas de coluna e as relacionadas aos movimentos repetitivos.

De acordo com Camargo, esta realidade é evidente porque a década de 2000 é considerada a era da ansiedade, fazendo com que a incidência dos transtornos mentais no mundo se tornasse muito grande também por consequências sociais.

Para driblar essas doenças ou tentar amenizar os sintomas, Nadir Isabel Coelho de Freitas, da NIC Recursos Humanos, é importante buscar um equilíbrio emocional por meio de atividades físicas e de lazer e leitura, bem como estar bem espiritualmente.

“A postura do chefe também pode ajudar nestes momentos, com muito diálogo e, principalmente, com a valorização do colaborador, procurando ouvir e entender seus anseios e até ajudando no encaminhamento para ajuda profissional”, informa.
Quanto à empresa, Nadir conta que é preciso que ela respeite e oriente esses colaboradores na busca por ajuda de profissionais da área, assim como uma atitude pró-ativa do Recursos Humanos”.

Para o médico, é necessário muito acolhimento por parte dos colegas de trabalho e do chefe e realização de ações de conscientização da empresa. “é importante não ver apenas o lado profissional da pessoa e, sim, verificar o que está ocorrendo com ela para gerar a perda de rendimento e a falta de motivação”, conclui Camargo.

Fonte: Jornal Mogi News

Por |2011-03-22T11:25:11-03:0022 de março de 2011|Notícias|