Pacientes com dor crônica têm mais chance de sofrer com problemas psiquiátricos

Pacientes com dor crônica têm mais chance de sofrer com problemas psiquiátricos

Segundo pesquisa veiculada nos Arquivos de Neuro-Psiquiatria, doenças psiquiátricas como depressão, distimia, fobia social, agorafobia e transtorno de pânico podem ser comuns em pacientes portadores de dor crônica, como, por exemplo, indivíduos que sofrem de hérnia de disco. O trabalho, produzido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), foi publicado na edição de dezembro de 2009.

De acordo com os autores, para colheita de dados, foi realizado levantamento entre fevereiro de 2003 e novembro de 2006 com 400 pacientes que receberam tratamento no serviço de Psicologia da Clínica da Dor do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da UFBA. Aos pacientes, segundo os pesquisadores, foram aplicados questionários que incluíram informações sobre idade, sexo, estado civil, nível de instrução, religião, ocupação, duração, frequência e intensidade da dor, diagnóstico da dor, tempo e resposta ao tratamento.

Os autores afirmam que o levantamento revelou, entre outras coisas, que “o diagnóstico de dor mais frequente foi hérnia de disco (24,5%). A maioria dos pacientes (70,8%) relatou experimentar dores em bases diárias; entretanto, 48,5% estiveram submetidos ao tratamento na Clínica da Dor por menos de três meses. No que diz respeito à resposta ao tratamento, os resultados revelaram que 38% conseguiram alívio moderado, 38,5% conseguiram pouco alívio e 16,3% não o obtiveram, enquanto 7,3% conseguiram se livrar da dor por completo”.

Quando submetidos à entrevista que avaliou os quadros psicológicos, de acordo com os médicos, “168 pacientes (42%) foram diagnosticados em episódio depressivo maior (MDE), enquanto 216 (54%) foram diagnosticados como portadores de desordem distímica. No que diz respeito ao histórico dos pacientes, 232 (58%) revelaram ter tido MDE previamente, enquanto 184 (46%) apresentaram a desordem distímica em outro momento”. Outros pacientes demonstraram hipocondria (10,8%), desordem dismórfica corporal (10,3%), desordem psicótica (10,3%), abuso ou adicção por álcool (3,5%) e bulimia (2,3%).

Para os pesquisadores, “a avaliação do perfil psiquiátrico desses pacientes com dor crônica reflete a importância dos dados adquiridos através dessa população nos dez anos nos quais a Clínica da Dor esteve operando e a importância de avaliar a prevalência (frequência) dos sintomas e desordens psiquiátricas encontrados nessa população”. Eles concluem que os resultados “confirmam a recomendação que afirma que esses são pacientes que precisam de intervenções e tratamento da saúde mental posteriores, para conseguir alívio da dor”.

Fonte: Com informações da Agência Notisa

Por |2010-11-04T04:03:46-02:004 de novembro de 2010|Notícias|